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Estimular a linguagem não é uma receita de bolo. Assim como acreditamos que ter um filho não vem com manual. Mas escutar relatos de experiência, conversar com profissionais que estudaram todo o desenvolvimento infantil e distúrbios infantis faz toda a diferença.

E por isso que venho dividir, algumas coisas que podemos fazer na para Estimular a Fala e a Linguagem nas crianças. Partindo do conceito que Fala é a forma como o indivíduo comunica oralmente, e linguagem se refere ao processo de comunicar, interagir e transmitir nossas ideias e informações, vemos que muitas vezes a criança não fala, mais consegue se comunicar. Normalmente estas crianças tem episódios de irritação, choro sem motivo e dificuldade de interagir com outras crianças, pois a fala esta comprometida. Ela não consegue se fazer entender apenas com gestos e apontando, ou apenas um número reduzido de pessoas pode compreendê-la.

Já quando ela consegue falar o que quer, vemos uma transformação na sua rotina, na forma que demostra o seu pensamento. Pensamento que antes já existia, mas não era expressado.

Nós Fonoaudiólogos viemos para romper os tabus que CRIANÇA TEM PREGUIÇA DE FALAR, não fala por que não precisa, fala errado, mas é tão bonitinho, fala só quando quer... Enfim, a comunicação oral é o fundamento do desenvolvimento da civilização humana.

Existem crianças que devemos ressaltar mais a linguagem do que a fala, entender o que ela quer dizer e não dar tanta importância para a oralidade, mas isso veremos em um outro momento.

A oralidade é nativa, instintiva e primordial no desenvolvimento da leitura e da escrita, e começa logo que a criança nasce, com sua capacidade de ouvir, de interpretar os sons, com sua forma de chorar diferente para cada situação, e enfim emitir os primeiros sons. Mas deve ir se desenvolvendo de forma assustadora e quando percebemos aos 2 anos a criança já conhece tudo da sua rotina, conhece em média 150 palavras, e já emite várias delas. Mas é bem comum terem crianças com desenvolvimento tardio, e é aí que entra a necessidade de estimulação, para que esta criança consiga se desenvolver dentro do esperado. Pode ter certeza que essas “meia dúzias de palavras” fazem a alegria de todos que a cercam, facilitam a rotina, evitam desgastes.

Então como começar: cante, brinque, imite os sons dos animais, crie um faz de conta de fazenda, comidinha... crie situações da rotina da criança dentro do consultório, oriente como estes pais devem reagir e o que esperar, e de forma lúdica a criança irá demostrar o que sabe, o que já conhece, sendo importante analisar o que a criança apresenta. Suas reações tem muito a dizer para nós profissionais.

Ana Carolina Póvoa - Fonoaudióloga CRFa 5a região 7012