Você sabe como o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode interferir negativamente no processo cognitivo das crianças? Você já deve ter ouvido falar, mas com certeza deixa seu filho mais tempo nas telas do que o recomendado pois não compreende o real motivo deste dano.
O uso de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e videogames, tornou-se uma parte cada vez mais presente na vida das crianças e adolescentes de todo o mundo. Embora esses dispositivos possam oferecer benefícios em termos de entretenimento, educação e conexão social, o uso excessivo pode interferir negativamente no processo cognitivo das crianças pequenas.
Um dos principais problemas associados ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos é a dificuldade em se concentrar. As crianças que passam muito tempo em frente a telas podem ter dificuldade em se concentrar em outras atividades que não envolvam dispositivos eletrônicos. Isso pode prejudicar a capacidade de prestar atenção em sala de aula e outras atividades importantes.
Além disso, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos também pode prejudicar a memória de curto prazo, que é a capacidade de reter informações por um curto período de tempo. O excesso de estímulos visuais e sonoros dos dispositivos eletrônicos pode sobrecarregar a memória de curto prazo das crianças, prejudicando a capacidade de reter informações importantes.
Outro problema associado ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos é a limitação da criatividade. As crianças que passam muito tempo em frente a telas podem ter dificuldade em explorar sua criatividade e imaginação, uma vez que muitos jogos eletrônicos já apresentam soluções prontas para os problemas apresentados. Isso pode limitar a capacidade da criança de pensar fora da caixa e encontrar soluções criativas para problemas.
Quando oferecemos a criança uma enorme variedade de possibilidades de explorar brinquedos como o Lego ou blocos de construção, estamos dando oportunidade desta criança CRIAR, empilhar formando um castelo, ou um prédio, ela precisa imaginar o que quer fazer e achar uma solução criativa. Além de treinar coordenação motora ampla, equilíbrio, destreza manual,
Além disso, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos também pode prejudicar a habilidade de comunicação das crianças. Muitas interações em dispositivos eletrônicos ocorrem com mão única, onde o jogo fala sozinho, quando as crianças passam muito tempo em frente às telas, isso pode reduzir o tempo que elas passam interagindo com outras pessoas, o que pode atrasar o desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação. A criança aprende com imitação, com repetição da rotina dos pais e com a interação com o meio que a cerca. É olhando e analisando o que os pais fazem que muitas vezes a criança vai aprender como pentear os cabelos de forma correta, olhando no espelho, ou comer com talheres, escolher o que mais gosta, cortar a carne, tudo sentado à mesa junto com os outros, por exemplo. Nas telas é só clicar que tudo se resolve.
Sem falar no excesso de cores e sons para uma criança de até 2 anos, tornando o mundo que a cerca sem graça. É justamente na fase que ela está em processo de Poda Neural, organização cerebral, reconhecimento de emoções, identificação dos familiares, conhecimento de frutas, paladares diferentes, entre outros. Uma fase de construção de personalidade, de conhecer limites e ser apresentado às regras de convívio social, ficando em um mundo digital onde PODE TUDO, e a criança sempre ganha. Vamos falar disso mais tarde.
Por fim, o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode prejudicar a habilidade da criança de resolver problemas e limitar a habilidade da criança de desenvolver a comunicação verbal e não-verbal. Os dispositivos eletrônicos geralmente oferecem soluções prontas para os problemas apresentados, não conseguem ensinar para os pequenos a noção de espaço e tamanho, o que pode limitar a capacidade da criança de pensar em soluções criativas e resolver problemas de forma independente. As telas realizam um estímulo à nível cerebral, que impedem que as crianças sintam sono, portanto não dormem o suficiente, podendo ficar facilmente irritadas, cansadas e ter dificuldade em prestar atenção, o que pode prejudicar o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Lembrando que estamos falando de crianças pequenas de até 2 anos, onde a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), para os menores de 2 anos de idade, é ZERO horas (nenhum acesso). Diante desses problemas, é importante que os pais e responsáveis estabeleçam limites saudáveis para o uso de dispositivos eletrônicos. Isso pode incluir limitar o tempo de tela, incentivar outras formas de atividades que estimulem o desenvolvimento cognitivo e social, e criar um ambiente seguro e saudável para a criança se desenvolver. E à medida que esta criança for crescendo, ir tendo mais contato com esse mundo digital.